Palavras de DOM ANUAR:
Estamos no mundo, mas não somos do mundo” (Jo 17,16). Diante desta afirmação de Jesus, não precisamos nos preocupar em competir no mercado, nem buscar ser os melhores ou maiores. Somos comunidade de pessoas que creem em um só caminho, que é Jesus. “Eu sou o caminho a verdade e a vida”. (Jo14,6)
A comunidade deve ser cada vez mais uma comunidade de pessoas livres, profundamente marcadas por um relacionamento pessoal com Jesus. Nós não temos uma mercadoria para ser vendida e sim uma proposta de vida a ser vivida.
No seu livro “Luz do Mundo”, o Papa Bento XVI, em uma conversa com o jornalista alemão, Peter Seewald, tratando dos mais variados assuntos, afirma: “Não somos um centro de produção, não somos uma empresa voltada para o lucro, somos Igreja. Somos uma comunidade de pessoas que vivem na fé. Nossa tarefa não é criar um produto ou conseguir êxito nas vendas. Nossa tarefa é viver exemplarmente a fé, anunciá-la, e mantermo-nos em uma relação profunda e, assim com o próprio Deus, não ser um grupo utilitarista, mas uma comunidade de pessoas livres que se doam, e que atravessam nações e culturas, o tempo e o espaço”.
A única competição que vale a pena é aquela de quem é capaz de amar mais. Na dinâmica do amor, criar relacionamentos verdadeiros, estabelecer laços de unidade, buscar o que nos une e não o que nos divide, seja no âmbito interno, da comunidade, como externo. Assim seremos um testemunho que atrai pessoas sedentas de uma experiência de fé, desejosas de uma comunidade onde todos se querem bem e buscam colocar em prática os ensinamentos do evangelho. Esse é o desejo de Jesus: “Que todos sejam um, como Tu, Pai, estás em mim e eu em ti. E para que eles estejam em nós, afim de que o mundo acredite que tu me enviaste”. ( Jo, 17,21)
Estamos no mundo da concorrência, da competição, da propaganda, do consumismo. Porém, nunca podemos entrar neste mesmo esquema, que escraviza, tirando a liberdade de ação e pensamento. Por isso a missão da Igreja Católica e das demais igrejas é ser um caminho concreto, um meio de levar a proposta do Evangelho de Jesus para o cotidiano.
Então fica difícil entender que o preconceito religioso possa ser algo inerente ao cristianismo, fazendo com que frequentadores de algumas denominações não aceitem esse ou aquele irmão porque ele é desta ou daquela igreja, como se fosse a igreja, a religião que garantissem a Salvação.
Fica difícil entender que seja do Evangelho a atitude de um cristão que se nega entrar na igreja do outro porque “lá não é de Deus”.
Não entendo que faça parte do Evangelho afirmar que “aqui tem salvação e lá não”, que “aqui há milagres e lá não”, que “aquela igreja leva para o inferno e aqui não”.
Não posso entender que seja do Evangelho de Nosso Senhor Jesus, orar para que “aquela igreja não vá pra frente”. Quando e como o mundo vai acreditar no Senhor Jesus se os cristãos viverem competindo como se fossem empresas buscando clientes?
Tenho participado do Grupo de Diálogo Inter-religioso (GDI). Que experiência maravilhosa! Sentar juntos, orar juntos, dialogar sem preconceitos com o monge budista, com o xeique muçulmano, com os lideres da fé Bahá’í, com os líderes do candomblé e da umbanda, com os representantes do espiritismo, com representantes do Cristianismo, evangélicos e católicos.
Um testemunho vivo de que é possível viver sem concorrência, sem querer ser melhores ou maiores. Ali vale o amor entre pessoas criadas à imagem e semelhança de Deus. O caminho a percorrer é longo. Não podemos permanecer nas diferenças e sim fazer a diferença neste mundo dividido, competitivo e empresarial.
Que neste caminho não nos falte a coragem de quebrar as máscaras criadas em nome do Evangelho, e deixar brilhar o verdadeiro rosto de quem descobriu o verdadeiro rosto amoroso de Deus, que amou por primeiro, que ama a todos, que ama sempre, sem olhar se este ou aquele é desta ou daquela igreja.
Dom Anuar Battisti
Arcebispo de Maringá
quinta-feira, 28 de abril de 2011
terça-feira, 26 de abril de 2011
DIÁRIO
26.04.11
Depois de algum tempo fiquei sem escrever, ficava meio que desanimada por causa dos trabalhos que eram muitos e acabavam não disponibilizando tempo para esse trabalho.
Estou muito envolvida com o curso de LIBRAS na igreja São Francisco de Assis. Meu grande desejo é que muitas pessoas aprendam LIBRAS e tenham vontade de ajudar na evangelização dos surdos como eu tenho.
Vejam bem: NA EVANGELIZAÇÃO!
Digo isso porque muitas igrejas, preparam as pessoas filantropicamente, ou seja, com interesse de aumentar o número de adeptos. Nosso curso não! queremos pessoas que possam ter o conhecimento dessa língua e depois levar a palavra de Deus para os surdos, independente de qualquer religião.
Lógico que meu objetivo maior seria CATÓLICOS, pois o curso é dentro da igreja Católica, e também ter mais pessoas católicas para me ajudar nessa missão. Mas, não posso obrigar ninguém a nada, nem querer fazer lavagem cerebral em ninguém. Deus deu a liberdade de escolha para todos os seres humanos, é a pessoa quem vai decidir o que quer. Tento mostrar a minha religiosidade nas minhas ações, no meu modo de vida, no meu dia a dia com minha família, com meus amigos, no meu trabalho, com quem eu não conheço. É desta forma que vou cativar meus semelhantes. Não dizendo que minha religião salva, ou que a minha religião é a certa. Mas a própria pessoa irá perceber isso me conhecendo e experimentando das mesmas felicidades que eu, daí então poderá escolher e decidir o que é melhor para chegar a Deus.
Já faz muitos anos que ensino LIBRAS não tenho um tempo certo, mas talvez uns 8 anos, interpretar já a 14 anos e instrutora mediadora e guia intérprete (surdocegueira) irá fazer 2 anos.
Em relação a ensinar LIBRAS, a cada curso vou percebendo novos jeitos de ensinar, formas melhores de instruir.
Analiso quais as dificuldades maiores que os alunos encontram, quais as menores, possibilitando assim ir aprimorando a cada curso estratégias melhores. Lembrando que sempre um surdo está comigo, pois nada como ter alguém que possui como primeira língua a LIBRAS para nos auxiliar e ao mesmo tempo nos corrigir.
O que vi que um curso de LIBRAS para ser eficiente tem que ter no mínimo um ano. A partir de então os cursandos começam a se soltarem melhor, a acostumar com a nova forma de comunicação, a verdadeiramente aprender o BÁSICO.
Ao meu ver, teria que ser um ano para cada módulo. Isto é, para que realmente as pessoas saem fazendo sinais e se virando na LIBRAS.
Bem...
A Juliana está um sucesso, progrediu muito. Uma das coisas maravilhosas que ela está fazendo é um diário.
Todos os dias peço para ela escrever um pouco sobre sua vida, o que fez ontem, como foi seu dia, as novidades.
No começo achei que não iria vingar, mas com os dias, vi que foi a melhor ideia. Agora ela mesma quer contar o que fez, as vezes chego na casa dela e ela já me mostra algo que escreveu.
Isso é MARAVILHOSO, ela não fazia antes, desta forma nós que somos professores nos sentimos honrados. Pois sabemos que estamos fazendo jus ao nosso trabalho. Que estamos conseguindo ver resultados.
Fico pensando se o governo investisse mais na educação, como seria esse Brasil?
Temos pessoas muito capazes, crianças inteligentíssimas, espertas, outras que possuem necessidades especiais, mas que nem por isso deixam de mostrar seus talentos, um pouquinho de condição que lhe é dado já fazem tanto!!!
Se os políticos não pensassem apenas em si, lembrassem com o coração da população, respeitassem os seres humanos...
Ah meu Deus!! Será que é utopia querer um mundo mais irmão, bom?
O Céu pode começar aqui se quisermos!
Por que não fazemos então?
Bjs.
Depois de algum tempo fiquei sem escrever, ficava meio que desanimada por causa dos trabalhos que eram muitos e acabavam não disponibilizando tempo para esse trabalho.
Estou muito envolvida com o curso de LIBRAS na igreja São Francisco de Assis. Meu grande desejo é que muitas pessoas aprendam LIBRAS e tenham vontade de ajudar na evangelização dos surdos como eu tenho.
Vejam bem: NA EVANGELIZAÇÃO!
Digo isso porque muitas igrejas, preparam as pessoas filantropicamente, ou seja, com interesse de aumentar o número de adeptos. Nosso curso não! queremos pessoas que possam ter o conhecimento dessa língua e depois levar a palavra de Deus para os surdos, independente de qualquer religião.
Lógico que meu objetivo maior seria CATÓLICOS, pois o curso é dentro da igreja Católica, e também ter mais pessoas católicas para me ajudar nessa missão. Mas, não posso obrigar ninguém a nada, nem querer fazer lavagem cerebral em ninguém. Deus deu a liberdade de escolha para todos os seres humanos, é a pessoa quem vai decidir o que quer. Tento mostrar a minha religiosidade nas minhas ações, no meu modo de vida, no meu dia a dia com minha família, com meus amigos, no meu trabalho, com quem eu não conheço. É desta forma que vou cativar meus semelhantes. Não dizendo que minha religião salva, ou que a minha religião é a certa. Mas a própria pessoa irá perceber isso me conhecendo e experimentando das mesmas felicidades que eu, daí então poderá escolher e decidir o que é melhor para chegar a Deus.
Já faz muitos anos que ensino LIBRAS não tenho um tempo certo, mas talvez uns 8 anos, interpretar já a 14 anos e instrutora mediadora e guia intérprete (surdocegueira) irá fazer 2 anos.
Em relação a ensinar LIBRAS, a cada curso vou percebendo novos jeitos de ensinar, formas melhores de instruir.
Analiso quais as dificuldades maiores que os alunos encontram, quais as menores, possibilitando assim ir aprimorando a cada curso estratégias melhores. Lembrando que sempre um surdo está comigo, pois nada como ter alguém que possui como primeira língua a LIBRAS para nos auxiliar e ao mesmo tempo nos corrigir.
O que vi que um curso de LIBRAS para ser eficiente tem que ter no mínimo um ano. A partir de então os cursandos começam a se soltarem melhor, a acostumar com a nova forma de comunicação, a verdadeiramente aprender o BÁSICO.
Ao meu ver, teria que ser um ano para cada módulo. Isto é, para que realmente as pessoas saem fazendo sinais e se virando na LIBRAS.
Bem...
A Juliana está um sucesso, progrediu muito. Uma das coisas maravilhosas que ela está fazendo é um diário.
Todos os dias peço para ela escrever um pouco sobre sua vida, o que fez ontem, como foi seu dia, as novidades.
No começo achei que não iria vingar, mas com os dias, vi que foi a melhor ideia. Agora ela mesma quer contar o que fez, as vezes chego na casa dela e ela já me mostra algo que escreveu.
Isso é MARAVILHOSO, ela não fazia antes, desta forma nós que somos professores nos sentimos honrados. Pois sabemos que estamos fazendo jus ao nosso trabalho. Que estamos conseguindo ver resultados.
Fico pensando se o governo investisse mais na educação, como seria esse Brasil?
Temos pessoas muito capazes, crianças inteligentíssimas, espertas, outras que possuem necessidades especiais, mas que nem por isso deixam de mostrar seus talentos, um pouquinho de condição que lhe é dado já fazem tanto!!!
Se os políticos não pensassem apenas em si, lembrassem com o coração da população, respeitassem os seres humanos...
Ah meu Deus!! Será que é utopia querer um mundo mais irmão, bom?
O Céu pode começar aqui se quisermos!
Por que não fazemos então?
Bjs.
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